sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Projeto do Museu de Imigração, em Joinville, estimula a imaginação

Piloto do jogo lúdico foi lançado na programação dos 50 anos de atuação do espaço de memória

Foto: Rodrigo Philipps / Agencia RBS

 

     Os 15 alunos da Escola de Educação Básica Giovani Pasqualini Faraco, do bairro Santo Antônio, pareciam estar em uma caçada ao tesouro no jardim do Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville. Corriam de lado para o outro observando detalhes e discutindo entre eles. O que procuravam não era exatamente um baú de moedas, mas objetos de valor histórico.

     O jogo que foi testado nesta semana pela equipe educativa do museu deve se tornar rotina entre as crianças que visitam o espaço de memória pela primeira vez a partir de 2013. O projeto piloto "Vestígios", liderado pela historiadora e educadora Elaine Cristina Machado, oferece uma nova alternativa de conhecer o acervo que conta detalhes sobre a formação da cidade. A proposta faz parte da programação de comemoração aos 50 anos de atuação do museu em Joinville.

     Um grande tabuleiro é montado no jardim do museu, em meio às árvores. O material em tecido tem formado de uma trilha toda numerada. As crianças jogam o dado que irá corresponder à quantidade de casas que podem percorrer. O número onde os pinos param equivale à questão escondida em envelopes. Os participantes precisam decifrar o pedido da carta, que está relacionado aos pertences do prédio principal do museu, os galpões e a casa enxaimel aos fundos do terreno.

     "De um tronco de árvore ela é feita. Servia para transporte e para o trabalho. Recebeu as cores vermelho e branco. Sua produção era artesanal e era entalhada até ganhar as formas necessárias para não afundar", dizia uma das questões. As dicas eram seguidas com atenção pelos pequenos alunos da 2ª série. Polyana Luize Kutach, de oito anos, fazia as anotações de um dos grupos:

— As perguntas não são fáceis, mas deu para responder tudo até agora — se diverte.

     Segundo Elaine, a atividade voltadas para as crianças substitui a visita por todos os espaços do museu, que chega a durar em torno de 1 hora e meia, e torna mais lúdico o passeio ao lugar.

— Normalmente a visita completa tem uma carga grande de informações que nem sempre eles conseguem absorver. O jogo faz com que nessa primeira visita eles criem uma memória afetiva do museu e voltem mais vezes, porque o museu não pode ser um lugar de visita única — esclarece a educadora.

     A professora Marilane Schatzmann, que acompanhou o projeto piloto com os alunos, nunca tinha visto uma proposta como a do Museu de Imigração.

— É uma forma interessante de eles descobrirem por si próprios e de aprender brincando. É realmente um projeto pensado para as crianças — opina.

Reportagem de Rafaela Mazzaro
rafaela.mazzaro@an.com.br

Fonte: Jornal A Notícia

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